terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O primeiro micro a gente nunca esquece

O mundo hoje poderia ser dividido em A.I. e D.I.: antes da internet e depois dela. Uma infinidade de neologismos surgiu D.I. Não demora muito o novo verbo “twittar” estará engrossando nosso dicionário. Pois estou inventando mais um, a expressão “que micro” o qual reúne os micos que o internauta está sujeito a pagar quando não se atualiza 24 horas por dia com as novas formas de se comunicar nesse e-habitat (acabei de inventar outro).


Ana Júlia tem uma coleção deles registrados no HD do computador e ultimamente anda ocupando por demais a memória. Ela sempre foi meio avessa a expor sua intimidade por aí, mas depois do nascimento de Yasmin, não existia melhor meio de divulgar o desenvolvimento da pequena do que o orkut. Agora que perdera a virgindade virtual, já era! Queria usufruir de todas as ferramentas disponíveis!


Uma noite dessas de insônia, resolveu escrever. Gostou tanto do texto que quis compartilhar com seus contatos (amigos, colegas virtuais = contatos). Foi um tal de control C, control V... Quando ficou satisfeita, mandou o texto para todos. Estava instaurado o primeiro micro. Como uma designer que se preza não tem um blog?


Blog criado, não pagaria o micro de divulgá-lo por e-mail, deveria existir uma inteligência artificial mais adequada para o processo. Ah, sim! O orkut iria servir para algo mais do que depósito de fotos e de busca de pessoas da época do maternal. Mas o pior ainda estava por vir! Mandou um recado para ela mesma com o endereço do blog! Quer micro maior que esse?


Como uma coisa vai levando a outra, o próximo passo seria criar um twitter. Mas, para que serve um twitter? Para todo mundo saber o que você está fazendo on line, on time, full time!!!


Ana Júlia até que tentou, mas não deu. conseguiram acompanhar um twitteiro? Não dá! Decidiu não pagar o micro de virar Globo News e dizer o que estaria fazendo a cada meia hora.


Depois dessa orgia virtual, Ana Júlia se desligou um pouco desse mundo e começou a se perder nos seus pensamentos, ou a começar a se achar neles. Pensou como era louco conhecer todo mundo e ninguém ao mesmo tempo. Não se impressionaria se num futuro bem próximo as relações amorosas começassem on line, o casal que quisesse conceber filhos faria o sexo virtual e o futuro rebento seria igual ao tamagoshi, alimentado com baterias... É tão absurdo pensar nessas coisas? Achou que sim, que micro... Agora usaria o seu conhecimento com mais critério antes que fosse votada em um desses blogs como a maior micreira da rede!


Nenhum comentário:

Postar um comentário