segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mãe x Culpa

Na última reunião de pais falou-se muito da culpa que sentimos por não passarmos tanto tempo com nossos filhos. Muitos tentam compensar essa culpa fazendo as vontades dos pequenos e cedendo mais do que deveriam na imposição dos limites. A questão é que eu não sinto essa culpa... sou anormal? Insensível?
Adoro o meu trabalho, adoro poder proporcionar coisas bacanas para minha filha através dele, adoror me arrumar todo dia e me preocupar com a minha beleza. Sei que minha filha absorve tudo isso. Mesmo ausente por quase 12 horas diárias, estou passando valores que acredito: é importante batalhar pelo pão nosso de cada dia. É importante estar bem e ter a tranquilidade de saber que seu filho está cercado de boas pessoas na sua ausência. Filho sente o seu espírito. Por isso não sinto culpa, sinto orgulho. O tempo que passamos juntas são muito mais valorizados por mim e ela sabe que estou presente de corpo cansado e alma renovada.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ser mãe

Que não vem com manual, que não tem receita de bolo, isso todo mundo sabe. Mas como saber que você está no caminho certo? Qual a minha receita do bolo? Para mim, educar é muito intuitivo. Apesar de ver muito super nanny, de estar bastente antenada com cada faixa etária, nem tudo se aplica a todas as crianças. Quando bate um friozinho na barriga ou quando vem uma vozinha no ouvido sussurando: "isso não está certo", eu mudo de tática (ainda que a super nanny desaprove totalmente!)
Ser mãe é isso: erra tentando acertar, acerta de vez em quando, bate na trave muitas outras vezes. Não me culpo por errar. Quem disse que mãe é verdade absoluta? Errar ensina ao seu filho que mãe é mortal e falível assim como todos os outros seres humanos. Então errando, você também ensina.
A maternidade é algo mágico e fascinante porque aprendo muito com a minha filha e acompanhar as descobertas, a formação do caráter, da personalidade é realmente incrível e uma bênção. Sou inevitalvelmente uma pessoa muito melhor porque sou mãe.
Estou com um desejo quase egoísta de ter outro filho para provar esse gostinho incrível de se tornar um ser humano mais completo em meio a muitos cheiros e choros de criança...

Coisas que nos inspiram

Não sei se todos têm a mesma sensação que eu, mas às vezes ligo o pilto automático da vida sem me dar conta. Quando vem a conta, tento lembrar das mínimas coisas que fiz no dia anterior ou alguns dias atrás e a recordação nem sempre vem. Isso assusta... É uma vida tão agitada, tão cheia de metas a cumprir e responsabilidades, ainda mais quando um outro ser humano em plena formação depende intrinsicamente de você para crescer saúdável.
Quando me encontro no meio do furacão, inspiro e procuro ir à essência das coisas da vida, tão essenciais quanto a respiração.
O que me inspirou a voltar a escrever foi voltar a ler (obrigada Rubem Alves!). Ler nos remete a universos inexplorados e explora regiões do cérebro que por vezes ficam tão adormecidas.
Não mais no papel de observadora e sim no palco principal, percebo que há muitas coisas que me inspiram. Acompanhar o desenvolvimento da minha pequena e saber que sou parte fundamental do crescimento dela é inspirador...
Saber que meus pais estão bem porque fizeram uma viagem incrível é inspirador...
Sentir que depois de 16 anos existe uma relação de amor viva é inspirador...
E a cada inspirar profundo, corpo e alma ficam mais leves até para suportar situações que não podemos modificar - pelo menos não nesse momento.
Talvez essa seja a minha fórmula para adoecer tão pouco.