terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O cliente sempre tem razão (?)

Nossa, quase 9:00h da manhã. Ana Júlia praticamente virara a noite. Mas trabalho com prazo é assim mesmo, não pode bobear com o cliente. Também, o projeto já havia sido aprovado, o cliente só pediu de última hora para mexer em um detalhe, tudo bem, era o último detalhe. Ana Júlia apressou o passo e conseguiu chegar ao escritório do cliente de acordo com o combinado:

- O arquivo está pronto. Mudei aquele detalhe exatamente como você me pediu. Já entrei em contato com a gráfica e ela só está esperando o material para a produção. Fique tranqüila, que vou fazer o acompanhamento.

- Ótimo! Posso dar uma última conferida?

Ana Júlia não gostou do tom da conferida... De repente ela só queria namorar o projeto mais um pouquinho.

- Sabe o que é.

Ai, ai, ai...

- Eu falei com o meu sócio, eu sei que você está negociando comigo desde o começo, mas ele achou melhor mudar um negocinho à toa. Eu sei que isso é rápido, você não se incomoda, né?

Ana Júlia estava inclinada em falar tudo bem, era o que geralmente fazia nessas situações, afinal, o cliente sempre tem razão. Será? Já haviam aprovado tudo, o último detalhe seria, na verdade, o penúltimo, ou o antepenúltimo? Não queria ceder, não podia ceder. Resolveu usar aquela tabela da qual rira tantas vezes mas agora o negócio era sério. Somou: negocinho à toa + rapidinho + não se incomoda e chegou a uma conclusão inesperada:

- Tudo bem, eu mexo, mas vou cobrar R$ 200,00 por isso.

Será que ela estava vendo um E.T. na frente dela? Aquela expressão ficaria estampada em sua memória por muito tempo...

- Mas, Ana Júlia, o que é isso? Você vai cobrar R$ 200,00 reais para mudar esse negocinho? Isso é um absurdo!

- Desculpe, mas absurdo é fazer do meu trabalho uma marionete. Existe todo um conceito por trás desse resultado e eu fui concedendo em vários pormenores. Mudanças extras, gastos extras.

- Tudo bem, não se exalte. Então espera aí que vou dar uma última olhada para ver se é só isso mesmo, ok?

Como assim? Pensou Ana, as outras olhadas não foram para valer? Não se exaltaria desta vez, falou um tudo bem. Existem atitudes que o dinheiro não compra, para todas as outras a tabela do jeitinho até que cai bem...

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